são tantos amarelos
tantos elos estranhos
castanhos e rosas
e prosas na calçada
na estrada multicor
tanta flor-parede
tanta rede de tintas
tantas pintas na paisagem
que a vi(s)agem se alegra
e toda regra é quebrada
Cada fada parece ter nascido
Neste lugar colorido
a lápis de cor
neste paraíso carnavalizado
deste lado da tela
aqui na Venezuela.
Este é um blog de poesia. Mas, como o título indica, não de poesia comportada e/ou confessional que existe pelaí... Nada temos contra esse tipo de poesia, mas queremos provocar o "Pô!?" nos que nos lêem. Aquele ângulo irreverente... aquela resposta desconcertante... é isso, uma poesia que, sem surpresas, tenta ainda surpreender... Se conseguirmos, tudo bem. Se não, ao menos tentamos (e nos divertimos). Se gostou, una-se a nós. Siga o blog, comente e divulgue. Arte ao fundo de Francisco Mibielli
31 de maio de 2011
23 de maio de 2011
Já me fiz assim
pedaço de mim mesmo em desagravo
um cravo cravado no rosa dos teus conceitos
dois peitos deleite na boca da noite
e a vontade de xingar o mundo azul
de amarelo vômito e entranhas lavadas
Assim eu fiz assunto
um conjunto de rimas
e sons que saem perversos da carne
em disparada nos ouvidos do microfone
Já fiz do corpo na voz da joplin
o meu escravo mais fiel
e masturbei o lirismo com amores extáticos
Mas não me prendi ao gosto
bom que tu tens na vida
só percebi um pouco tarde
que tudo arde de viver
pedaço de mim mesmo em desagravo
um cravo cravado no rosa dos teus conceitos
dois peitos deleite na boca da noite
e a vontade de xingar o mundo azul
de amarelo vômito e entranhas lavadas
Assim eu fiz assunto
um conjunto de rimas
e sons que saem perversos da carne
em disparada nos ouvidos do microfone
Já fiz do corpo na voz da joplin
o meu escravo mais fiel
e masturbei o lirismo com amores extáticos
Mas não me prendi ao gosto
bom que tu tens na vida
só percebi um pouco tarde
que tudo arde de viver
16 de maio de 2011
3 de maio de 2011
Já são quase seis
E ela parada
Imóvel como um buriti
Observa o vento caminhar
Sobre as águas
Não há mais brasa
No cigarro e mesmo assim
Sua apagada companhia
É palpável e necessária
Imprudente com a outra mão
empunha uma fotografia
Que parece ser de alguém
Meio apagado em tons de cinza
Sua boca entreaberta parece
repetir algum poema sem sonoridade
há cinco cães sentados ao seu redor
como a vigiá-la,
salvaguardando a sua dor
do sexto só se vê a cauda
parece vigiar a rua
quase entrando na moldura.
E ela parada
Imóvel como um buriti
Observa o vento caminhar
Sobre as águas
Não há mais brasa
No cigarro e mesmo assim
Sua apagada companhia
É palpável e necessária
Imprudente com a outra mão
empunha uma fotografia
Que parece ser de alguém
Meio apagado em tons de cinza
Sua boca entreaberta parece
repetir algum poema sem sonoridade
há cinco cães sentados ao seu redor
como a vigiá-la,
salvaguardando a sua dor
do sexto só se vê a cauda
parece vigiar a rua
quase entrando na moldura.
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