19 de setembro de 2012


Não me desvies de meu poema
Não diga que o problema
É de bebedeira ou apaixonite
Sei bem do meu não limite
E da vida que me rodeia
Como se eu fosse candeia
ou cavalo selvagem
e sei da voragem
que corrói
o humano
desculpe
mas não foi engano!

17 de setembro de 2012



com a chegada da primavera
à vera quase minhas primaveras
chegaram ao fim
e não foi assim nada de especial
 apenas um remédio mal administrado
uma veia burra e enganada pela sorte
levando veneno e parando tudo
numa greve absurda de vida
depois uma sensação de luta
e derrota emboladas pelo chão
ao redor do leito hospitalar
e lágrimas fugindo em êxodo
empurrando lamúrias em pânico
numa desastrosa correria
e aquela morte que sempre pareceu
pacífica no gozo
ameaçadora gingando e sorrindo
dizendo-se dona e amante final
até de minhas negativas
três horas de coração parando
em câmara lenta e obstinada
e voltando a bater desanimado
empurrado pela necessidade
sabe-se lá do quê
pensei muito nos três que de mim vieram
pensei muito em você

15 de setembro de 2012



São todas nuas as horas
que o relógio dispensa
no colo dos inocentes
Mas é nos dentes
dos que amam e tatuam
que a carne
se transforma em carnaval
E não há mal
em dizer verdades escuras
pelo corpo adentro
basta perder o centro
e derreter-se em sonhos