Quero me esvaziar do mundo
Não parem
Não quero descer
Quero apenas o vazio
Da fome
Do frio
Da escuridão sem nada
Mas quero continuar girando
Em rotação e translação
Como todos
Não quero a cegueira
Que já seria algo
Nem folgo em dizer
Que gostaria de me saber existindo
Queria apenas um lindo
Esquecimento
Um momento
De não saber coisa nenhuma
Apenas a bruma
Do desconhecimento e da ausência
Este é um blog de poesia. Mas, como o título indica, não de poesia comportada e/ou confessional que existe pelaí... Nada temos contra esse tipo de poesia, mas queremos provocar o "Pô!?" nos que nos lêem. Aquele ângulo irreverente... aquela resposta desconcertante... é isso, uma poesia que, sem surpresas, tenta ainda surpreender... Se conseguirmos, tudo bem. Se não, ao menos tentamos (e nos divertimos). Se gostou, una-se a nós. Siga o blog, comente e divulgue. Arte ao fundo de Francisco Mibielli
26 de julho de 2010
14 de julho de 2010
13 de julho de 2010
12 de julho de 2010
Adoto um poema
Pode ser branco preto
Mesclado amarelo
Indigenista ou não
Pode não ter cabelo
Pode até ser um apelo
Aos sentimentos mais maternais
Não consigo conceber o verso
Que me arrebenta a garganta
E preciso experimentar
Porque o relógio biológico
Exige que eu tenha
Um poema meu
Dado
Vendido
Contrabandeado
Se for o caso
Não precisa ter rimas azuis
Nem ritmos encaracolados
Pode ser qualquer um
Ter pedras ou vir de paragens distantes
Onde as prostitutas e as palmeiras
São amigas bonitas e andam de bicicleta
Pode ter o olhinho puxado
E ser mirrado
Como um haiku
Adoto um poema
Que precise de pai
Mesclado amarelo
Indigenista ou não
Pode não ter cabelo
Pode até ser um apelo
Aos sentimentos mais maternais
Não consigo conceber o verso
Que me arrebenta a garganta
E preciso experimentar
Porque o relógio biológico
Exige que eu tenha
Um poema meu
Dado
Vendido
Contrabandeado
Se for o caso
Não precisa ter rimas azuis
Nem ritmos encaracolados
Pode ser qualquer um
Ter pedras ou vir de paragens distantes
Onde as prostitutas e as palmeiras
São amigas bonitas e andam de bicicleta
Pode ter o olhinho puxado
E ser mirrado
Como um haiku
Adoto um poema
Que precise de pai
8 de julho de 2010
Um poema de pé quebrado
Pousou torto
Nos meus umbrais
Na hora não dei nota
Do ocorrido
Mas sentindo condoído
E achando que domesticaria
Dei água
Comida
Afeto e limpei
Seu ferimento
De aspas ponto
E artigo indefinido
O alimento não era apropriado
O afeto o fazia contra-ír-se todo
E o poema morreu
Entalado na garganta
Na hora a dor nem foi tanta
Nem sequer tínhamos recém nos conhecido
Mas a doença do pé destruído
Era contagiosa
E o poema no céu de não mais
Deste meu mundo
Virou prosa
Pousou torto
Nos meus umbrais
Na hora não dei nota
Do ocorrido
Mas sentindo condoído
E achando que domesticaria
Dei água
Comida
Afeto e limpei
Seu ferimento
De aspas ponto
E artigo indefinido
O alimento não era apropriado
O afeto o fazia contra-ír-se todo
E o poema morreu
Entalado na garganta
Na hora a dor nem foi tanta
Nem sequer tínhamos recém nos conhecido
Mas a doença do pé destruído
Era contagiosa
E o poema no céu de não mais
Deste meu mundo
Virou prosa
4 de julho de 2010
Não filha
Nem sempre é sempre
Não
As vezes é sim
Ou talvez
Tem vez que a gente
Nem sabe o que fez
Mas acaba sendo
O mundo é gira
E a gente não sente
Muito quando
Incorpora
O agora
As vezes somos
O que já foram
Antes de nós
Conosco
Em outras polvilhamos
O mundo de idéias
E fatos que se renotam
Mas acertamos sempre
Ainda que em errar
Judeando a sorte
Não filha
Nem sempre é sempre
Sim
Ou não
As vezes é a vez
De estar lá
Ou já era
Nem sempre é sempre
Não
As vezes é sim
Ou talvez
Tem vez que a gente
Nem sabe o que fez
Mas acaba sendo
O mundo é gira
E a gente não sente
Muito quando
Incorpora
O agora
As vezes somos
O que já foram
Antes de nós
Conosco
Em outras polvilhamos
O mundo de idéias
E fatos que se renotam
Mas acertamos sempre
Ainda que em errar
Judeando a sorte
Não filha
Nem sempre é sempre
Sim
Ou não
As vezes é a vez
De estar lá
Ou já era
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