13 de julho de 2010

abater um dedo com
a rosa Os espinhos
São internos
Que tem demais

Em pedir direito
A gente preda
a mão pedindo
porque não o lindo

A boca do leão
Entrega-se à noite
Dos teus traços
Meu copo denota

o teu perfume
entender finamente
a razão da existência
O universo é penetrável

Um comentário:

Sandálias do Outono disse...

Isso tá lindo demais! Há um erotismo universal em todo verso, uma sedução elegante e culta e uma inversão muito producente de sentidos. Gosto muito da quebra dos versos que, como numa cascata, vão se juntar nas águas da próxima estrofe. Mas esse mergulho da fealdade foi genial:

"A gente preda
a mão pedindo
porque não o lindo"

Quando vejo um poema assim tenho a sensação de fazer parte de uma arte que se renova, uma certeza de que as coisas caminham. E agora já estou com vontade de penetrar nos abismos das mulheres da caverna...

Parabéns!!!

Meu beijo.

Charles.