Tresloucado
ele seguia
Amando sonhos
abocanhando
Dias e
noites com suor na fronte
E desejos
inacabados
Sua ira era
doce e forte
Sua delícia
acompanhada de chicote
Tornava o
mundo vermelho lindo
Suas palavras
eram incompreensíveis
Pele afora
e ele jorrava alegrias
E tristezas
de não poder e gostar
A cada
mergulho a intensidade
E o
desespero se apoderavam
Da inocência
que fingia não ter
E o
tornavam refém de carnes
Que não
eram suas mas queriam ser
E ele
flutuava marrom e singelo
Como sombra
do que fora
E do que
deveria querer
Seus dentes
cravados no que dela
Restava de
si emitiam sinais
De socorro
em ondas de gozo
E animalidade
e zepelin em chamas
Ele afundava
em nuvens e receios
Dizendo amar sem freios
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