Poema
a todo volume
Já
faz tempo que não consigo escrever nada de íntimo.
Acho
que no fundo estou fugindo de mim mesmo em cada ejaculação
(ejacular
em vão ainda é pecado?)
acho
que vou vomitar.
Não.
Não é assim.
No
século que vem eu já estarei às portas da morte
o
novo não será visto
nem
o ovo de colombo é mais novidade
o
computador já me corrige em minha bebedeira
e eu
grito com a janis
e
minha voz se perde nos ouvidos vizinhos
é
madrugada, eles sonham com meu grito
como
se fosse o deles
eu
sei, dejá vu algo assim
o
computador com puta dor me revela algo iníquo
não
há mais putas disponíveis neste quarteirão
ele
agora (me) é familiar
raízes,
cachaça e mel
isto
máquina nenhuma me dirá,
cura
a gripe
ou
deixa hippie não sei
Só
sei dos sonhos que não tive
nessa
angústia santa
que
me levanta
lá
pelas tantas
pra
matar a sede do jardim
já
faz tempo que não inscrevo nada de íntimo
no
meu repertório
estou
ficando muito exterior
reflito
meu personagem errando o vaso no escuro
a
madrugada já está se acordando
devo
me disfarçar de repolho
ou
então fingir que durmo
para
que não me vejam falhando.
subscrevo-me
atenciosamente
Nenhum comentário:
Postar um comentário