Este é um blog de poesia. Mas, como o título indica, não de poesia comportada e/ou confessional que existe pelaí... Nada temos contra esse tipo de poesia, mas queremos provocar o "Pô!?" nos que nos lêem. Aquele ângulo irreverente... aquela resposta desconcertante... é isso, uma poesia que, sem surpresas, tenta ainda surpreender... Se conseguirmos, tudo bem. Se não, ao menos tentamos (e nos divertimos). Se gostou, una-se a nós. Siga o blog, comente e divulgue. Arte ao fundo de Francisco Mibielli
30 de setembro de 2005
poema em prosa...
todo contratempo dos corpos rolando é o contentamento do clima rolando é o comparecimento do som dançando na cabeça da moças da cantiga de roda rolando na roda das saias que entram e saem do campo de vista da cabeça do poeta que entra e sai das saias das moças que brincam de inocentes moças que entram e saem de si em pensamentos sonoros que rolam no clima do som que rola na cabeça dos corpos que rolam em contratempo comparecendo na cabeça do poeta que nem sabe se é ele mesmo que ri e desata a cantar o som que move a roda dos corpos inocentes que entram e saem das saias contentes que giram os olhos do poeta que olha de si para si nas brincadeiras inocentes dos corpos que rolam em rodas e sons que gemem em contratempo das moças que fazem girar seu poeta imaginário que finge que sonha que é dor a dor que deveras gira no clima que pinta nas rodas de corpos ensandecidos pelo ritmo das saias que saem e entram dos corpos que rolam na mente do poeta envolvido em meninas contentes que cantam nos corpos poemas ainda não escritos ou por escrever
21 de setembro de 2005
Essa eu tirei da comunidade da Frô no orkut (poesias sem livro) e é um primor de poesia dessa mulher mágica!
FEMINISMO
(24/5/2005 06:09)
quem passou a vida
lutando contra a opressão
e a exclusão social,
aos quarenta sonha apenas com:
um marido burguês
conhecedor de bons vinhos
um país verdadeiramente liberal
uma plástica nos seios
uma trepada fenomenal.
(FRÔ, 24/05/2005)
pARABÉNS MINHA IRREGULAR POETIZA MÁGICA, PELO SEU jABUTI!!!
(24/5/2005 06:09)
quem passou a vida
lutando contra a opressão
e a exclusão social,
aos quarenta sonha apenas com:
um marido burguês
conhecedor de bons vinhos
um país verdadeiramente liberal
uma plástica nos seios
uma trepada fenomenal.
(FRÔ, 24/05/2005)
pARABÉNS MINHA IRREGULAR POETIZA MÁGICA, PELO SEU jABUTI!!!
19 de setembro de 2005
Poema dessa que me acolheu (e que eu nem sabia que poetava) mas que me surpreendeu lindamente (no seu blog, em francês, recheado de licença poética)
le redoutable dans l’amour
est son caractère de bouteille
jetée à la mer
qu’on ne sait jamais
si elle revient
si on aura une réponse
ou si ça s’égare dans les vagues
Douce et inconnue
(By Maria Maroca, link para o blog dela nesta página)
Parabéns Maroca (pelo que creio ser sua estréia, se não for, me perdoe a ignorância)
est son caractère de bouteille
jetée à la mer
qu’on ne sait jamais
si elle revient
si on aura une réponse
ou si ça s’égare dans les vagues
Douce et inconnue
(By Maria Maroca, link para o blog dela nesta página)
Parabéns Maroca (pelo que creio ser sua estréia, se não for, me perdoe a ignorância)
mais um desta que é hoje uma das minhas poetas prediletas. GENTE, a poesia dela é do c... (muito boa!!)
De
quatro,
meu
perfil
é mais
bonito,
obra
de arte,
puro
deleite
para
tua
(glande)
angular
( By Ana Maria Ramiro - link p/ blog dela nesta página)
quatro,
meu
perfil
é mais
bonito,
obra
de arte,
puro
deleite
para
tua
(glande)
angular
( By Ana Maria Ramiro - link p/ blog dela nesta página)
E esses são desse poeta verdadeiramente insalubre, lúbrico, por vezes (nem toda poesia dele é erótica)lindamente pornográfico que é o Charles...
se fosse príncipe
minha história seria bem simples
da janela dos teus lábios
veria o mundo
e cada segundo
seria doce
se príncipe fosse
___________________________________________________________
a fome inventa
sabores
o corpo
é um bom cardápio
___________________________________________________________
sede de taça
fome de vidro
com quantos goles
se faz um sentido?
(by Charles Silva)
minha história seria bem simples
da janela dos teus lábios
veria o mundo
e cada segundo
seria doce
se príncipe fosse
___________________________________________________________
a fome inventa
sabores
o corpo
é um bom cardápio
___________________________________________________________
sede de taça
fome de vidro
com quantos goles
se faz um sentido?
(by Charles Silva)
Esse é da excelente poetiza e amiga ANA MARIA RAMIRO (Para os meus quarenta), mulher de fibra e de poesia com sabor, cor e cheiro inconfundíveis...
Ana Maria: Beto, queridoOlha só o que ganhei de presente:http://www.orkut.com/Community.aspx?cmm=4627604Te quero lá, tá!?
E a tua poesia de encomenda para entrar nos "...enta":
ESPELHO
Desde que
te olhei
(meu olho)
Desde que
sorri
(teu riso)
Não pensei
mais nada
que não fosse
olho e
riso
Desde que
toquei
(teu toque)
Desde que
senti
o gosto
Tive certeza
de (re)conhecê-lo
meu duplo
Passando a amá-lo
como a mim
mesma
E quando te afastastes,
foi teu pranto
que chorei,
por também
me afastar
indefesa.
Bjs pra ti e bom feriado!Aninha
E a tua poesia de encomenda para entrar nos "...enta":
ESPELHO
Desde que
te olhei
(meu olho)
Desde que
sorri
(teu riso)
Não pensei
mais nada
que não fosse
olho e
riso
Desde que
toquei
(teu toque)
Desde que
senti
o gosto
Tive certeza
de (re)conhecê-lo
meu duplo
Passando a amá-lo
como a mim
mesma
E quando te afastastes,
foi teu pranto
que chorei,
por também
me afastar
indefesa.
Bjs pra ti e bom feriado!Aninha
17 de setembro de 2005
aviso aos navegantes
De madrugada o mar está grogue
As ondas altas se esparramam na praia
O reflexo da lua
Jogado de lado
Encalha na areia
Minha sombra sóbria
Tenta se equilibrar nas pedras bambas
com as quais caminho
Tento dizer um clichê honesto
E não consigo
Basta-me então pensar:
será que te amo?
____________________________________________________________
ternuras concomitantes
conveses intermitentes
ao sabor do vento enfunado
a velas cheias de si
esquecem-se da prevenção
o sopro que já foi daí
de lá
de qualquer canto
roçaga,
esgarça,
arregaça
preenche a flor do cio
abrevia toda distância
distancia qualquer sentido
navegar é preciso
__________________________________________________________
As ondas altas se esparramam na praia
O reflexo da lua
Jogado de lado
Encalha na areia
Minha sombra sóbria
Tenta se equilibrar nas pedras bambas
com as quais caminho
Tento dizer um clichê honesto
E não consigo
Basta-me então pensar:
será que te amo?
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ternuras concomitantes
conveses intermitentes
ao sabor do vento enfunado
a velas cheias de si
esquecem-se da prevenção
o sopro que já foi daí
de lá
de qualquer canto
roçaga,
esgarça,
arregaça
preenche a flor do cio
abrevia toda distância
distancia qualquer sentido
navegar é preciso
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16 de setembro de 2005
dois da fase erótica (redespertada pelo duelo/dueto Aninha X Charles)
Gozo do gozo das horas
No agora
dos jatos de impaciência
na inclemência
dos golpes do destino
desatino.
__________________________________________________________
Me desgoverno
inferno no corpo desnorteado
cavalgo em ira e mel
do céu da tua boca
ao teu lado mais profano
Me dano
me atinjo no âmago
e amargo docemente
o sabor do teu ser suor.
No agora
dos jatos de impaciência
na inclemência
dos golpes do destino
desatino.
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Me desgoverno
inferno no corpo desnorteado
cavalgo em ira e mel
do céu da tua boca
ao teu lado mais profano
Me dano
me atinjo no âmago
e amargo docemente
o sabor do teu ser suor.
10 de setembro de 2005
ah...sei lá!
minha imagem
hoje
não concordou comigo
acordei sóbrio
me olhando bêbado
no espelho do banheiro
então sorri
ou gargalhei
não sei
mas a imagem dramática
apenas piscava estarrecida
havia vida acumulada
nas olheiras
que eu sabia que não tinha
havia um ter
que eu nunca tivera
e uma cicatriz
mal dissimulada
no canto do olho
que me tornava
completo desconhecido
me cumprimentei
cordialmente
pelo dia recém surgido
e fui dormir aturdido
_______________________________________________________
todos os dias
quando saio do meu caminho
encontro uma raposa
e a raposa me diz
engano seu
pois já não há mais raposas
então pensamos coletivamente
eu e meus botões
deve ser a verdade
porque raposas não falam
como é tediosa minha anormalidade
___________________________________________________________
Poema de uma noite inteira
Passo a noite como
um ferro à carvão
do tempo de minha avó
espanto mosquitos
com os gestos
de um louco sóbrio
as vezes me imagino dançando
em boates estranhas
com pessoas ímpares
que não conheço
bebo meu próprio suor
esperando sentir outro gosto
espero os vizinhos dormirem
para sentir
a familiaridade de seus roncos
o rosto que vejo no espelho
emoldura olheiras
velhas conhecidas
amassadas de outros tempos
passo a noite com(o)
um ferro antigo
engomo com chicletes...
bolas!
__________________________________
AGORA QUE FIZ 40...
testamento:
Aos amigos deixo a decisão do que fazer com o que não escrevi.
Tudo aquilo que neguei existe em mim; de forma negativa, mas existe.
(subentendam-me:tudo aquilo que eu não disse, não disse mesmo.
O que não neguei ainda, falta negar; é este, uma parte do meu legado.
(As negonas - que negam - não são obra minha).
Aos amigos ímpares, ofereço pares e vice-e-versa.
Mas os pares oferecidos deverão ser geometricamente compatíveis.
Vice-e-versa os complementará em tudo que é necessário ao trio.
nas noites quentes de verão, alguém deverá se lembrar de mim com saudades.
Façam-no calar-se a mordidas pelo-a-mor-de-deus.
O mais é só cerveja,
cerveja e umas fodinhas...
hoje
não concordou comigo
acordei sóbrio
me olhando bêbado
no espelho do banheiro
então sorri
ou gargalhei
não sei
mas a imagem dramática
apenas piscava estarrecida
havia vida acumulada
nas olheiras
que eu sabia que não tinha
havia um ter
que eu nunca tivera
e uma cicatriz
mal dissimulada
no canto do olho
que me tornava
completo desconhecido
me cumprimentei
cordialmente
pelo dia recém surgido
e fui dormir aturdido
_______________________________________________________
todos os dias
quando saio do meu caminho
encontro uma raposa
e a raposa me diz
engano seu
pois já não há mais raposas
então pensamos coletivamente
eu e meus botões
deve ser a verdade
porque raposas não falam
como é tediosa minha anormalidade
___________________________________________________________
Poema de uma noite inteira
Passo a noite como
um ferro à carvão
do tempo de minha avó
espanto mosquitos
com os gestos
de um louco sóbrio
as vezes me imagino dançando
em boates estranhas
com pessoas ímpares
que não conheço
bebo meu próprio suor
esperando sentir outro gosto
espero os vizinhos dormirem
para sentir
a familiaridade de seus roncos
o rosto que vejo no espelho
emoldura olheiras
velhas conhecidas
amassadas de outros tempos
passo a noite com(o)
um ferro antigo
engomo com chicletes...
bolas!
__________________________________
AGORA QUE FIZ 40...
testamento:
Aos amigos deixo a decisão do que fazer com o que não escrevi.
Tudo aquilo que neguei existe em mim; de forma negativa, mas existe.
(subentendam-me:tudo aquilo que eu não disse, não disse mesmo.
O que não neguei ainda, falta negar; é este, uma parte do meu legado.
(As negonas - que negam - não são obra minha).
Aos amigos ímpares, ofereço pares e vice-e-versa.
Mas os pares oferecidos deverão ser geometricamente compatíveis.
Vice-e-versa os complementará em tudo que é necessário ao trio.
nas noites quentes de verão, alguém deverá se lembrar de mim com saudades.
Façam-no calar-se a mordidas pelo-a-mor-de-deus.
O mais é só cerveja,
cerveja e umas fodinhas...
6 de setembro de 2005
rapidinha...
Não me deixo moer
Única e simplesmente
Mesmo assim sou moído
Eu sei
Mas também sei
Que as mós
Também viram farinha
Aos poucos
com o tempo.
Única e simplesmente
Mesmo assim sou moído
Eu sei
Mas também sei
Que as mós
Também viram farinha
Aos poucos
com o tempo.
5 de setembro de 2005
Menina, tudo o que vc sabe me completa... eu realmente me sinto margem e como margem espero que muito líquido ainda passe entre nós...(
Não me deixe no escuro
eu que sempre fui duro
escuro muro
de más intenções
e fantasias com bêcos
mal iluminados
cheirando a urina
e sexo antigo.
(Sim a minha memória
é capciosa e só
pensa nas coisas
que têm cheiro e gosto
de âmago e semente)
Não não me deixe sozinho
pregado em minhas
próprias lembranças
lúgubres de tão lúbricas
lúbricas de tão lembradas
Não me deixe falando à sina
no idioma da solidão
posto que é língua
tudo o que é composto
e é desgosto
tudo o que é abandono
não não me deixe incompleto
apenas meu lado de nossas
rinhas e (des)afetos
apenas minhas unhas
sem leito
apenas tuas trilhas
sem autoria
na minha pele
É tarde?
eu que sempre fui duro
escuro muro
de más intenções
e fantasias com bêcos
mal iluminados
cheirando a urina
e sexo antigo.
(Sim a minha memória
é capciosa e só
pensa nas coisas
que têm cheiro e gosto
de âmago e semente)
Não não me deixe sozinho
pregado em minhas
próprias lembranças
lúgubres de tão lúbricas
lúbricas de tão lembradas
Não me deixe falando à sina
no idioma da solidão
posto que é língua
tudo o que é composto
e é desgosto
tudo o que é abandono
não não me deixe incompleto
apenas meu lado de nossas
rinhas e (des)afetos
apenas minhas unhas
sem leito
apenas tuas trilhas
sem autoria
na minha pele
É tarde?
1995
Há uma voz no cerne da montanha
que não é de ninguém
uma voz louca
que transpõe abismos
aos saltos
caçoando da vida.
que não é de ninguém
uma voz louca
que transpõe abismos
aos saltos
caçoando da vida.
1988
FERIADO
Cantou um galo
mexeu um pé
e sorriu pra enxada
e pá
depois cobriu o sol
com a cortina
murmurou
“feriado”
virou o lado
e dormiu.
Cantou um galo
mexeu um pé
e sorriu pra enxada
e pá
depois cobriu o sol
com a cortina
murmurou
“feriado”
virou o lado
e dormiu.
2 de setembro de 2005
este texto diz respeito à foto o mergulho...
E agora? E agora José, que é roberto (miúdo e insignificante assim com essa minúscula ridícula a começar-lhe o nome) e que faz quarenta? Cortar o cabelo, tirar a barba? Pular nu da ponte? Transar três dias seguidos e ressuscitar de todas as pequenas mortes no terceiro dia? Comprar um carro novo, uma geladeira usada? Uma escada de serviço? Quem sabe me visto de drag? Deixo o cabelo crescer (agora entre hoje 23:30 e meia noite) com uma peruca loira e saio no cavalo baio imitando lady Godiva? Será que ainda serei salvo? Vou passar três vezes diante da igreja e do pastor pra que ele me liberte de meus demônios pessoais? Eu que já plantei árvores, fiz filhos, escrevi livros que não publiquei, o que faço agora? Como me portar diante do halo mágico de energia que se abrirá diante de mim, tal qual portal dimensional, e me libertará dos anos trinta me atirando com a força de duzentos garanhões nos quarenta? Me corto os pulsos e ligo pro CVV? Corto, no escuro, o fio do telefone sem fio, infinitas vezes até me convencer de que ele realmente não está lá? Onde foi que eu errei para que os quarenta ladrões me surpreendessem assim, de repente, na calada da noite quando qualquer pessoa honesta já estaria dormindo? Será que fui negligente com meus pais, com meus filhos, com o capital simbólico que minha profissão exige? Quem foi que deu pra reclamar das juntas quando ainda nem era preciso? Eu ainda sou poeta? Quando foi que deixei de ser aquilo que ainda nem fui? Será que fumei um baseado e estou divagando sobre a divagação? Ou divagar sobre a divagação é algo tão vago que não permite nem mesmo a mais vaga divagação a respeito? Tudo é muito claro e muito escuro... Meu deus estou no túnel? Eu vou nascer? Eu vou nascer??!?? Eu vou nascer! Eu vou!!!
Roberto Mibielli
Roberto Mibielli
1 de setembro de 2005
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