Não me deixe no escuro
eu que sempre fui duro
escuro muro
de más intenções
e fantasias com bêcos
mal iluminados
cheirando a urina
e sexo antigo.
(Sim a minha memória
é capciosa e só
pensa nas coisas
que têm cheiro e gosto
de âmago e semente)
Não não me deixe sozinho
pregado em minhas
próprias lembranças
lúgubres de tão lúbricas
lúbricas de tão lembradas
Não me deixe falando à sina
no idioma da solidão
posto que é língua
tudo o que é composto
e é desgosto
tudo o que é abandono
não não me deixe incompleto
apenas meu lado de nossas
rinhas e (des)afetos
apenas minhas unhas
sem leito
apenas tuas trilhas
sem autoria
na minha pele
É tarde?
Este é um blog de poesia. Mas, como o título indica, não de poesia comportada e/ou confessional que existe pelaí... Nada temos contra esse tipo de poesia, mas queremos provocar o "Pô!?" nos que nos lêem. Aquele ângulo irreverente... aquela resposta desconcertante... é isso, uma poesia que, sem surpresas, tenta ainda surpreender... Se conseguirmos, tudo bem. Se não, ao menos tentamos (e nos divertimos). Se gostou, una-se a nós. Siga o blog, comente e divulgue. Arte ao fundo de Francisco Mibielli
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