26 de junho de 2010

Estou
Pouco a pouco
Me tornando
Meu próprio
Mal necessário

22 de junho de 2010

Pro dia nascer feliz

Sigo sendo um poeta na noite descalibrada
Não me leve a nada
Nem me pergunte o que
Eu nem ligo
Poetas são carências marginais
E antes mais
Que novamente
Sigo sendo poeta em dias de cavalgada
Não me leve a cada
Cocho do teu ser
Eu nem fico
Poetas são um tormento fugaz
E antes ais
Que continuamente.

21 de junho de 2010

Rasgar com os dentes
O plástico
--------A plástica
-------------A plasticidade do ato
Continuar resoluto rompendo a madrugada
----------------------------------Até a saciedade

19 de junho de 2010

PÔ, ÉTICA???

Apressem os sentidos
Apreendam a razão
Não há motivos
Nem solução
Que não tenham sido tentados
Nem tentação demais
Nos descalabros
Derrubem os candelabros
Não há mais luz
De velas
Nosso romantismo corresponde
A um sentimento
Inócuo de prazer estético
E é patético pensar
Em formas
quando os sentidos
Estão melados de originalidades
É sempre meia verdade
Uma revolução poética
Tentemos então o absoluto
Do ventre livre
E aliterações
Pensemos em ações
Entre bons amigos
Façamos dos umbigos
A nostalgia dos oito
Sentidos
o poético
o psico-ético
o sócio-histórico
e os outros cinco
mais subjetividades
pensemos nas festividades
do baixo ventriloquismo
e na tecnologia do consolo
sejamos oníricos
nas manifestações almejadas
mas não no dia-a-dia
fazer poesia
não corresponde a nada
nem a sentir
nem à piada
do passarinho.

18 de junho de 2010

Tenho muitas metades
Imaginadas Assim como
Tenho muitas vontades
Tramadas em narrativas
Ainda não iniciadas

Tenho iniciativas que
Não tomei no momento
Certo e uma incerteza
Voraz que me impede
De lamentar o que perdi
Ou o que nem tive ainda

Tenho uma vida que
Queria fossem muitas
Como as de um gato
Tristonho diante da lua
Ou como a rua indefesa
Diante do tráfico de
Olhares e desejos

Tenho muitas metades
Dispersas em calamidades
E abusos de autoridade
Ou autorias e tenho minhas
Vias respiratórias con
gestionadas pelos cheiros
dos prazeres e precauções

Tenho metades
Mas não tenho razões
para suspeitar de minhas
-------------------Integridades

17 de junho de 2010

com.com

Os dias e as horas
Vagam infames
Entre games
E distritos virtuais
Não há mais inibição
Nem medo

O fingidor agora
Tem alteridades
E não há verdades
Inteiras que não tenham
Mais uma metade

A esquizofrenia em rede
Domina o solitário
Exponencialmente
E ele cria mundos
onde escreve lê pensa
de diferentes modos
Nos tornamos nossos
Próprios godos visigodos
E outros engodos mais

Não há mais privacidade
No próprio templo
O analista
Os pedagogos
O ginecologista
Os amantes
Os piercings
E até as mídias
Como vikings
Aportam em cada poro
Etéreo
--------venéreo
----------------virtual
de lado a lado

O ser humano --------- enfim
Está superpovoado

15 de junho de 2010

A tradição trai
Traduz uma luz
De tempos idos
E referidos fatos
Teatrais
E faz mais barulho
Que o entulho
Acumulado em escombros
Recém inaugurados
Mas é apenas mais um raconto
Um ponto de velhos fingidores
São dores de outras eras
São feras a espera de presas
São mesas postas
Em dias de feriado
E o embargado dos sentidos
Que constroem no dia-a-dia
A sensação de comodidade
São a verdade coroada
E nua diante da criança
São a dança dos fatos
Vencidos numa trama
Que tudo naturaliza
A monalisa sem bigodes
Os pagodes cujo imperador
Não impera
Uma quebra de contrato
Assinada de antemão
A mão na roda (do leme)
A coda dos vencidos
E vencedores
As cores de uma bandeira
São a maneira
De amaneirar-se
A catarse das entrelinhas
Às vinhas do absurdo
O mudo olhar que revela
Uma narrativa da paz
e prosperidade
uma vontade
de parecer semelhante
um gigante que não
se desgoverna
uma caverna com vultos
os cultos e cultuados
os magistrados
e suas pastas
as castas
maneiras do ser
ou não ser
uma mulher Captada
em adultério duvidoso
ou o formoso que canta
na sacada
uma espada
uma lei
A tradição
é coisa de rei
que nunca voltou
mas sempre virá
É um lá e cá infinito
é o bonito do agora
que é feio e sem nexo
só não é sexo
porque a tradição
é assexuada e traidora
e com sexo não é possível
trair
apenas atrair
mais seguidores
que virão no porvir
ou nonada.
A tradição trai
Atrai uma luz
Muito relativamente
E torna massa
Divergente de sua energia
E cria embargos
E cargos desnecessários
A tradição embora assustadora
É quem nos monitora
Desde antes de oitenta e quatro
É o entreato platônico
É o hecatômbico acaso
Do Caos
O atraso menstrual
O formal pedido
Perdido no espaço
Um passo dado em falso
Em busca de um tempo
Acabado
É um não acabar um poema
Só por monotonia
É um dia
Era uma vez
A verdade mais densa
É quem pensa
Que pensa melhor calado
Polifonicamente
É a serpente
Culpa, expiação e buracos
Nas fechaduras
A tradição mente
Mas não é diferente
de si mesma
lesma de rimas óbvias,
é aderente.

A tradição não faz nenhum sentido
Porque os sentidos
Já nascem para ser educados
traídos
atraídos
E traduzidos
Aos bocados.

13 de junho de 2010

Visita de linho
No meio da meada
A linha sai da linha - embolada...

9 de junho de 2010

Um dia
ia indo
o mundo
vinha vindo
na direção contrária
e o choque foi inevitável

Não digo que era um dia
para maus humores
ou para rumores e resmungos

Era um dia comum
aprazível e naturalizado
A praça era praça
A flor era flor
O café tinha o mesmo cheiro
do café do dia anterior

Sexo não havia
pelo menos chovendo
não Mas o mundo vinha vindo
inexorável como sempre
indelevelmente inexorável
atropelando atropelados
rasgando virgens
folhas fazendo
com que a caneta
a segura bela e dócil caneta
crescesse e se multiplicasse
em espelhos
memórias
essas histórias descoloridas

Ai notei
a vida tinha virado
um eterno mangá

7 de junho de 2010

Te queria como querem
As bolsas o seu conteúdo
Te queria tanto e como
De modo que se não fora
Que fosse dubiamente
Te queria desse jeito
Tão rompante
Que de tão infante
Me infartei
De ti