Um poema de pé quebrado
Pousou torto
Nos meus umbrais
Na hora não dei nota
Do ocorrido
Mas sentindo condoído
E achando que domesticaria
Dei água
Comida
Afeto e limpei
Seu ferimento
De aspas ponto
E artigo indefinido
O alimento não era apropriado
O afeto o fazia contra-ír-se todo
E o poema morreu
Entalado na garganta
Na hora a dor nem foi tanta
Nem sequer tínhamos recém nos conhecido
Mas a doença do pé destruído
Era contagiosa
E o poema no céu de não mais
Deste meu mundo
Virou prosa
2 comentários:
Miba
Amei o poema
especialmente o verso
"e o poema no céu de não mais"
Quanta vida! É nostálgico, é delicado e é cruel!
Pode tanto tratar do poema em si, como da vida em suas mais distintas surpresas,
quantos poemas de pés quebrados tivemos nessas desandanças?
comovente.
beijo.
todo dia é dia de manquitolar um pouquinho... assim se faz poesia e, dE qUebRa, um pouco de fisioterapia...heheheh. Bj Mibi
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