No dia em que minha alma adolesceu
Deixou de ser perfeito o amor
Tomado com olhares e gosto artificial
de uva ou chocolate no intervalo das aulas
Mesmo assim amei com pernas e bocas
como podia
fui me deixando amar como as pedras
que rolam com o som diferente
das bolinhas de gude se entrechocando
E fui percebendo
que mesmo as pedras param de cair
começam a amar de lado
à prestação como quem compra geladeiras
fogões e carros de concessionária
Ainda aí amei com as floriculturas
as fraldas e uma sensação de incompletude
que me amava também segundo dizia
Depois quando via o amor entre compromissos
comecei a achar que tinha vícios
vicissitudes e outros quitutes do engordar
mas não tinha o mesmo paladar
de tempos idos
os temperos estavam perdidos
os gostos mudados
A verdade é que à medida que
a impossibilidade aumentava
me via mais e mais a lembrar
do gosto real que havia de uva
chocolate ou chuva
bebidos com olhar
hoje o amor tem o gosto
disso tudo
e me perco pensando
em como é difícil amar
e ser amado
Este é um blog de poesia. Mas, como o título indica, não de poesia comportada e/ou confessional que existe pelaí... Nada temos contra esse tipo de poesia, mas queremos provocar o "Pô!?" nos que nos lêem. Aquele ângulo irreverente... aquela resposta desconcertante... é isso, uma poesia que, sem surpresas, tenta ainda surpreender... Se conseguirmos, tudo bem. Se não, ao menos tentamos (e nos divertimos). Se gostou, una-se a nós. Siga o blog, comente e divulgue. Arte ao fundo de Francisco Mibielli
28 de julho de 2012
Foge comigo
Foge comigo
Vem ver quem fui
Quem fomos
Antes do infinito
Foge comigo pra além
De Pasárgada onde os vagalumes
São funcionários públicos
E iluminam a vida por profissão
E a razão não está com quem tem
Mas com quem faz
Seja o que for que seja feito
Como uma mão no peito
Que deve por pudor ser retirada
Foge comigo ainda que por um segundo
E incendiemos o mundo
Com a noção do proibido
Dos desejos que podemos ocultar
do lar de sonhos que somos juntos
E dos assuntos que não podemos falar
Sem invocar o impossível
Foge comigo pra dentro de nós
E solte a voz da montanha
Em seu vôo sobre abismos
libertando os sobressaltos que temos
dos nossos medos e cismos
foge comigo naquele bonde
de pernas em que o conhaque
nos põe tão sensíveis e desesperados
que o coração de todos os lados
e infinitos desce da lua onde se esconde
e no seu condado se torna Sade
foge comigo ainda que um dia
a gente se arrependa
da irresponsabilidade
e diga com vontade
que tudo não passou em vão
mas foi um sonho
de uma noite de verão
Vem ver quem fui
Quem fomos
Antes do infinito
Foge comigo pra além
De Pasárgada onde os vagalumes
São funcionários públicos
E iluminam a vida por profissão
E a razão não está com quem tem
Mas com quem faz
Seja o que for que seja feito
Como uma mão no peito
Que deve por pudor ser retirada
Foge comigo ainda que por um segundo
E incendiemos o mundo
Com a noção do proibido
Dos desejos que podemos ocultar
do lar de sonhos que somos juntos
E dos assuntos que não podemos falar
Sem invocar o impossível
Foge comigo pra dentro de nós
E solte a voz da montanha
Em seu vôo sobre abismos
libertando os sobressaltos que temos
dos nossos medos e cismos
foge comigo naquele bonde
de pernas em que o conhaque
nos põe tão sensíveis e desesperados
que o coração de todos os lados
e infinitos desce da lua onde se esconde
e no seu condado se torna Sade
foge comigo ainda que um dia
a gente se arrependa
da irresponsabilidade
e diga com vontade
que tudo não passou em vão
mas foi um sonho
de uma noite de verão
18 de julho de 2012
SONETO DA PRIMEIRA VEZ
Atrás da retina existe
a menina
que não quer encontrar
o mundo
assustador vasto e
profundo
espaço de desencontros
e sina
Segue tímida e armada
para enfrentar o dia a
dia
sempre temendo a
euforia
dentro do corpo
abismada
Mas o amor este belo fato
torna qualquer um
insensato
e a menina arrisca
olhar cá fora
tudo nela treme e
apavora
e ela sai de dentro do
vestido
mais um botão aberto e
um gemido...
17 de julho de 2012
Toma teu poema imundo
de sexo
de amor
e baboseiras de jardim
Toma ele assim
jogado na cara
esparramado no chão
as rimas rolando
na lama donde não
deviam ter saído
Toma como se fosse
o gole do porre
ou xarope pra tosse
que te acomete
como aos poetas
tuberculosos de romance
Faça dele a gilete
corte os pulsos da
realidade
reinvente a
mediocridade
do dia a dia
Faça-se poesia
Poema para o poema da Sonyellen in http://www.facebook.com/sony.ferseck/posts/506537846028080?comment_id=116357434&ref=notif¬if_t=like
13 de julho de 2012
Amo quebrar as paredes
do mundo com você
deitar abaixo velhos
conceitos
e preconceitos
fazer descrer verdades
e pensar as metades
como o máximo da
acumulação
Gosto de esconder seu
gosto
nos cantinhos do mundo
e deixar nosso cheiro
protegendo o ozônio
da camada
e nonada escolher
palavras estranhas
que revelem seu lado
meu das entranhas
que mesclamos
Preciso demolir a cretinice
dos moralistas com
minhas sandálias
tipo franciscano
e dizer que foi engano
quando ligarem do
manicômio
explicando terem
encontrado um id perdido
Você precisa voar
acima dos sonhos
e me deixar cair todos
os tombos
pra me livrar do frio
na barriga
quando seus olhos
recebem os meus
Nas tardes de chuva
quero deixar que seus
dentes
maltratem a minha
orelha
me fazendo acordar
aninhado
nas suas mandíbulas
Quando o mundo vier
cobrar produção
devemos ser claros
firmes e diretos
sobre a razão na nossa
revolução
Só o amor é que nos
mantém vivos
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