Corria abril a olhos de
lince
quando se deu conta que
tinha fome
fome de gente que come
gente
fome de um ente querido
de morder
fome de escrever na
pele lembranças
e outras andanças do
escorrer
fome do gosto do cheiro
que é quando alguma
coisa
parece ainda mais
apetitosa
pelo cheiro do que pelo
gosto
fome de esconder o
rosto
nas palavras mais sujas
e gritar as tais cujas
sentindo a explosão
dormente
fome de semente
e da mão forte
malinando puxando
agarrando submetendo
o que não é mais seu
de tão mesclado
fome de chegar do outro
lado
Nenhum comentário:
Postar um comentário