caminhou porta afora
como quem odeia o agora
e o de sempre
pediu novamente ao
porteiro
que guardasse seus
pertences
e foi desfiando
calçadas
como se o novelo
não tivesse fim
à noite sentado sobre
o reflexo da lua
na sarjeta
se julgava poeta
e poeta ficou fitando
o nada da existência
até compreender
que já era hora de
voltar
chegou sem modos
inconformado com o
carinho
com que foi recebido
pelo velho porteiro
servil
pela esposa cotidiana
não havia malas na
calçada
encontrou as coisas no lugar
encontrou as coisas no lugar
de todos os dias de
felicidade
tudo a mesma estúpida
tranquilidade
Nenhum comentário:
Postar um comentário