31 de janeiro de 2012

És não és?
Aquela que xingo as três da manhã
Quando penso no que fazemos
Um ao outro
E aos outros
E outros
Que se nos entrelaçam no caminho
Quando penso no vinho derramado
E no pecado que é pegar um táxi na chuva
Só pra saber se teu gosto de uva
Ainda é aquele das orgias imaginadas
Das coisas levadas
Sobretudo aquelas de apertar a campainha e correr
Ou dos pezinhos frios de madrugada
Colocados estrategicamente no start do mundo

Aquela que me rouba fôlegos nos beijos
Que deixo como migalhas no caminho do seu perder
Aquela que quer ver nas estrelas
Cada um dos delitos da ingenuidade
Do estar acordado para os amores daquele momento
E não mais
Aquela minha estranha paz
De acreditar na sua melodia
E pensar no seguinte dia
Como uma abstração artística e inusitada
Já que da noite passada
Ainda não desmaiaram os gostos e cheiros
Ah quantos temperos já sequestrados
Das tuas manhas geraram dúvidas
no próprio criador?

És não és?
E se não fores
este ser raro
Eu te declaro!

publicado como comentário ao poema de Eli Macuxi no blog http://elimacuxi.blogspot.com/ como resposta ao poema desta poeta porreta e linda!!

7 de janeiro de 2012

meu corpo tem alarmas
que a tua presença
não dispara
já perdi os olhos
o coração
e a alma
agora guardo
debaixo do travesseiro

meu corpo tem armas
que a tua presença
transforma em artifícios
já desvesti minha pele
minha santidade
e o medo
agora guardo
na tua fidelidade

5 de janeiro de 2012

Ilusória piscina de tetas
Para quem anda na corda bamba
Do existir sem limites
Um mergulho no pote
Do fim do arco-íris
E a cara suja de areia
A boca enganada de areia
O corpo atolado no movediço
Da miragem em você