As vezes o tempo quer parar
mas não consegue
então as pessoas saem anônimas
de dentro dele
muito João que ninguém pranteia
muita Maria que não fez milagre
e a gente vai passando assim
com uma falta de não se sabe o quê
até que faltamos por completo
entre todos os Zequinhas do mundo
hoje perdemos o nosso
não nos conhecíamos muito bem
mas nossas vitalidades conversavam
no quiosque do bloco um
casualmente tomando café
nos dias de revolta e de brandura
entre todos os Zequinhas do mundo
hoje nos cabe um vazio estúpido
que nos faz pensar no que nos espera
e na dor dos que amava
que é a nossa também
descanse companheiro jornalista
hoje,infelizmente, você é a notícia.
Este é um blog de poesia. Mas, como o título indica, não de poesia comportada e/ou confessional que existe pelaí... Nada temos contra esse tipo de poesia, mas queremos provocar o "Pô!?" nos que nos lêem. Aquele ângulo irreverente... aquela resposta desconcertante... é isso, uma poesia que, sem surpresas, tenta ainda surpreender... Se conseguirmos, tudo bem. Se não, ao menos tentamos (e nos divertimos). Se gostou, una-se a nós. Siga o blog, comente e divulgue. Arte ao fundo de Francisco Mibielli
28 de outubro de 2011
25 de outubro de 2011
Ela ficava embaixo do tapete
Todo esse tempo e ele não sabia
Ela esperava a poesia
Que falasse do amor na poeira
Mas ele temia a ladeira de encantos
Que subia de joelhos
Para tê-la
Ele se achava poeta
E nela o gosto era de poesia
E o cheiro da maresia
Invadia rosto e jardins
Quando ela se fazia
Enchente ou vazante
Afundando navio e navegante
No errante de Sy
Todo esse tempo e ele não sabia
Ela esperava a poesia
Que falasse do amor na poeira
Mas ele temia a ladeira de encantos
Que subia de joelhos
Para tê-la
Ele se achava poeta
E nela o gosto era de poesia
E o cheiro da maresia
Invadia rosto e jardins
Quando ela se fazia
Enchente ou vazante
Afundando navio e navegante
No errante de Sy
22 de outubro de 2011
21 de outubro de 2011
Quando o desgosto dos teus olhos
me atravessa a garganta
me dá uma sede tanta
que não consigo imaginar o que seria
quando queríamos
meus papilos arrepiados
percebem aos poucos
uma mescla indigesta
das dimensões que inventamos
brincando com o sabor do mundo
É como se as areias
saltassem da tela
fizessem de mim seu shake
e fossemos somente o desertor
e o deserto
mediados por um camelo de sons
de um bolero à Ravel
Isso quando o desgosto
dos teus olhos em caravana
não Azevedam de vez
e cerram
embalando os meus
me atravessa a garganta
me dá uma sede tanta
que não consigo imaginar o que seria
quando queríamos
meus papilos arrepiados
percebem aos poucos
uma mescla indigesta
das dimensões que inventamos
brincando com o sabor do mundo
É como se as areias
saltassem da tela
fizessem de mim seu shake
e fossemos somente o desertor
e o deserto
mediados por um camelo de sons
de um bolero à Ravel
Isso quando o desgosto
dos teus olhos em caravana
não Azevedam de vez
e cerram
embalando os meus
16 de outubro de 2011
15 de outubro de 2011
9 de outubro de 2011
1 de outubro de 2011
Me alimentei primeiro dos teus ombros
E do peso que eles carregavam fiz meu lastro
Assim como dos teus cabelos
Fiz as rédeas dos meus sonhos
Não sei direito quem era o bandido
Nem quantas balas disparamos um no outro
Mas os episódios se sucediam
E vivos nos completávamos
Cada qual com o defeito alheio
Até que veio a perfeição
E nos julgou depois quebrou ao meio
E do peso que eles carregavam fiz meu lastro
Assim como dos teus cabelos
Fiz as rédeas dos meus sonhos
Não sei direito quem era o bandido
Nem quantas balas disparamos um no outro
Mas os episódios se sucediam
E vivos nos completávamos
Cada qual com o defeito alheio
Até que veio a perfeição
E nos julgou depois quebrou ao meio
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