Possuir os gritos
Mais do que a vítima
Possuir o medo
Os tremores,
a ira
Beber o suor
E a adrenalina
Brindar até o romper
das taças
esparramando o tinto
além da moldura
Este é um blog de poesia. Mas, como o título indica, não de poesia comportada e/ou confessional que existe pelaí... Nada temos contra esse tipo de poesia, mas queremos provocar o "Pô!?" nos que nos lêem. Aquele ângulo irreverente... aquela resposta desconcertante... é isso, uma poesia que, sem surpresas, tenta ainda surpreender... Se conseguirmos, tudo bem. Se não, ao menos tentamos (e nos divertimos). Se gostou, una-se a nós. Siga o blog, comente e divulgue. Arte ao fundo de Francisco Mibielli
12 de setembro de 2006
Depois de tudo
Ele foi-se embora
Não vou dizer
Que foi bom pra ambos
Mas nem sempre
É bom mesmo
pra qualquer um
Alguém reclamou
Com o síndico
E este veio ver
Se havia vazamentos
Tudo estava lá
Intocado
Não havia desordem
Nem sombra
De dúvida.
Ele tinha ido embora
Mas agora ela
Deixava as torneiras
Abertas sempre
que precisava entender
a solidão
Ele foi-se embora
Não vou dizer
Que foi bom pra ambos
Mas nem sempre
É bom mesmo
pra qualquer um
Alguém reclamou
Com o síndico
E este veio ver
Se havia vazamentos
Tudo estava lá
Intocado
Não havia desordem
Nem sombra
De dúvida.
Ele tinha ido embora
Mas agora ela
Deixava as torneiras
Abertas sempre
que precisava entender
a solidão
Tanto faz
Na tenda dos meus vinte e cinco anos
As bolas e os cristais
Cheiravam a sexo
Como o mundo
As poses no instantâneo
Eram advertências
mudos semáforos
Apagando e acendendo
Incensos e róseas marcas
De batom nas cuecas do tempo
Minhas mais nobres intenções
Estavam escritas
No idioma cálido
E energético das aparências
Morrer era só uma questão
De mitos
Quem tinha as melhores apostas
Simplesmente adiava o jogo
Achando ter nas mãos
O que chamamos destino
Quem não sabia o que fazer
Ou mal jogava
Simplesmente chutava
O pau da barraca
os cristais
e morria
de tanto fazer
Na tenda dos meus vinte e cinco anos
As bolas e os cristais
Cheiravam a sexo
Como o mundo
As poses no instantâneo
Eram advertências
mudos semáforos
Apagando e acendendo
Incensos e róseas marcas
De batom nas cuecas do tempo
Minhas mais nobres intenções
Estavam escritas
No idioma cálido
E energético das aparências
Morrer era só uma questão
De mitos
Quem tinha as melhores apostas
Simplesmente adiava o jogo
Achando ter nas mãos
O que chamamos destino
Quem não sabia o que fazer
Ou mal jogava
Simplesmente chutava
O pau da barraca
os cristais
e morria
de tanto fazer
1 de setembro de 2006
Rameira sim
Vermelha por dentro
E a sua volta
Nas pálpebras
Do verbo dilatado
rouco
Desesperado e breve
Rameira sim
E até demais
Nas costas da tua mão
Que foge ligeira
deixando pistas
Espalmadas no trilho
Branco do biquíni
Rameira sim
Da boca pra fora
De corpo adentro
Oferecida até
nos abismos
do acaso imoral
da imoralidade
Rameira sim
De cuspir os dentes
Nas meias verdades
Do sim e do não
E de voltar à carga
Nas montarias
Circunspectas
Da solidão
Rameira sim
Para por fim ao vício
De sustenir
O desejo
com os títeres
da razão
Rameira sim
De borrar
A lente do mundo
Com o baton
Dos teus versos
E avessos
Rameira assim
De ir até o fim
Ou até o mais imundo
De nossas fantasias
E de não me penetrar
Na vida sem
Com sentimento
Rameira em fim
De ser metade minha
Metade sua
Seja você quem for
Que me possua
Vermelha por dentro
E a sua volta
Nas pálpebras
Do verbo dilatado
rouco
Desesperado e breve
Rameira sim
E até demais
Nas costas da tua mão
Que foge ligeira
deixando pistas
Espalmadas no trilho
Branco do biquíni
Rameira sim
Da boca pra fora
De corpo adentro
Oferecida até
nos abismos
do acaso imoral
da imoralidade
Rameira sim
De cuspir os dentes
Nas meias verdades
Do sim e do não
E de voltar à carga
Nas montarias
Circunspectas
Da solidão
Rameira sim
Para por fim ao vício
De sustenir
O desejo
com os títeres
da razão
Rameira sim
De borrar
A lente do mundo
Com o baton
Dos teus versos
E avessos
Rameira assim
De ir até o fim
Ou até o mais imundo
De nossas fantasias
E de não me penetrar
Na vida sem
Com sentimento
Rameira em fim
De ser metade minha
Metade sua
Seja você quem for
Que me possua
19 de julho de 2006
mais um da nova safra
Sobeja de dentes
A carne retorna
vermelhos refrões
Anã de túnicas
A face exala
Cadência
Canhestra de mitos
A mente explora
Porões e desvãos
Aniquilada a razão
Tende a ser meritória
De espasmos
Roberto Mibielli
A carne retorna
vermelhos refrões
Anã de túnicas
A face exala
Cadência
Canhestra de mitos
A mente explora
Porões e desvãos
Aniquilada a razão
Tende a ser meritória
De espasmos
Roberto Mibielli
POEMAS DE UM GRANDE POETA (Charles Silva)
ela estava
como de costume
ou quase
em seu lume
o batom cerâmico
implorava o salto alto
da língua
faltou boca
para tantas pegadas
-------------------------------------------
preparo tua volta
como quem
parte
quero
conhecer melhor
tuas paisagens
------------------------------------------
prefiro mariposas a borboletas
morcegos a pássaros
bruxas a fadas
seres notívagos
são pétalas improvisadas
a luz bruxuleante da lua
no seu lamento
produz vertigens
prefiro putas a virgens
_---------------------------------------------
Quem não comprou ainda o seu exemplar deste belíssimo livro do Charles "Do açúcar a pimenta" (do qual foram extraídos estes poemas) pode fazê-lo nas Livrarias Catarinense/Curitiba (respectivamente em SC/PR) ou pelo site das respectivas livrarias na internet.
Abraços,
Roberto Mibielli
como de costume
ou quase
em seu lume
o batom cerâmico
implorava o salto alto
da língua
faltou boca
para tantas pegadas
-------------------------------------------
preparo tua volta
como quem
parte
quero
conhecer melhor
tuas paisagens
------------------------------------------
prefiro mariposas a borboletas
morcegos a pássaros
bruxas a fadas
seres notívagos
são pétalas improvisadas
a luz bruxuleante da lua
no seu lamento
produz vertigens
prefiro putas a virgens
_---------------------------------------------
Quem não comprou ainda o seu exemplar deste belíssimo livro do Charles "Do açúcar a pimenta" (do qual foram extraídos estes poemas) pode fazê-lo nas Livrarias Catarinense/Curitiba (respectivamente em SC/PR) ou pelo site das respectivas livrarias na internet.
Abraços,
Roberto Mibielli
3 de junho de 2006
Mais um Poema desta Maravilha de poeta
OFÉLIA RELOADED
Senhora
dona de mim,
não reparta
o cristal escarlate
iguanas se formam
em meus bolsos,
lodo no copo,
flor esgarçada
no sexo,
retira a jóia
torpe,
subverte
o vate
vela,
lâmpadas cáusticas
vertem fogos
fátuos,
descasca-lhe o frio
dorso,
incrusta um nome
às avessas
verbo,
seda luxuriante
que dilacera
o corpo inerte,
mortalha silente,
olhar os próprios olhos,
enquanto tomba
a cabeça
e desaprender a dor
num instante,
essa voluptuária
serpente
de jaspe
(Ana Maria Ramiro)
BLOG: Folhas de Girapemba
http://girapemba.blogspot.com/
http://ana.ramiro.uol.blog.com.br/
Senhora
dona de mim,
não reparta
o cristal escarlate
iguanas se formam
em meus bolsos,
lodo no copo,
flor esgarçada
no sexo,
retira a jóia
torpe,
subverte
o vate
vela,
lâmpadas cáusticas
vertem fogos
fátuos,
descasca-lhe o frio
dorso,
incrusta um nome
às avessas
verbo,
seda luxuriante
que dilacera
o corpo inerte,
mortalha silente,
olhar os próprios olhos,
enquanto tomba
a cabeça
e desaprender a dor
num instante,
essa voluptuária
serpente
de jaspe
(Ana Maria Ramiro)
BLOG: Folhas de Girapemba
http://girapemba.blogspot.com/
http://ana.ramiro.uol.blog.com.br/
Ilha
Praia varrida
Ilha virada
Nos corais
Da tua pele
E mais fundo
Despedaço
O casco
Do meu navio
Pra desespero
Da tripulação
Ilha virada
Nos corais
Da tua pele
E mais fundo
Despedaço
O casco
Do meu navio
Pra desespero
Da tripulação
31 de maio de 2006
Ela era mãe
Mas contava
Pra si
As horas
Os dias
Os meses
Até anos
Em que nada
diferente
acontecia
ao seu
ser mulher
ela era a mãe
e ninguém
sabia (nem
podia imaginar)
dos desejos
e contradições
das sólidas
fantasias
que guardava
sem pilhas
no armário
do quarto
ela, a mãe
nutria por
si mesma
o desprezo
dos anos
até que
achou
numa floricultura
uma outra Rosa
quase sem espinhos
mas de perfume
devastador
inda agora
as duas mães
que tenho
(uma negra
a outra rouge)
me explicaram
que meu pai
existiu
e foi um bom
homem
Mas insuficiente
Mas contava
Pra si
As horas
Os dias
Os meses
Até anos
Em que nada
diferente
acontecia
ao seu
ser mulher
ela era a mãe
e ninguém
sabia (nem
podia imaginar)
dos desejos
e contradições
das sólidas
fantasias
que guardava
sem pilhas
no armário
do quarto
ela, a mãe
nutria por
si mesma
o desprezo
dos anos
até que
achou
numa floricultura
uma outra Rosa
quase sem espinhos
mas de perfume
devastador
inda agora
as duas mães
que tenho
(uma negra
a outra rouge)
me explicaram
que meu pai
existiu
e foi um bom
homem
Mas insuficiente
4 de maio de 2006
poema da minha amiga FRÔ
Busco essência dentro de mim
e nas coisas aprendidas.
Minhas retinas afoitas desejam,
do pinheiro plantado no natal,
algo mais que folhas secas.
Procuro aquilo que vingue,
vitorioso,
esse tédio viciado de morte,
desesperanças, costumeiro.
Persigo algo que alcance
o cheiro do vaso de especiarias
das sete ervas pra afugentar maus espíritos.
Meu pequeno vaso lírico:
uma espada de São Jorge mirrada,
pimenta malagueta, rubra, ardida,
alecrim, manjericão perfumados,
guiné ousada, espichando tentáculos,
arruda morta,
encoberta por folhas largas,
esbranquiçadas,
ladras de luz.
Minha vida se reduz
a buscar o Sol todos os dias,
lutar contra a sina arruda:
sorrir e girar
feito um girassol feliz.
Frô 19:58 14/02/2000
e nas coisas aprendidas.
Minhas retinas afoitas desejam,
do pinheiro plantado no natal,
algo mais que folhas secas.
Procuro aquilo que vingue,
vitorioso,
esse tédio viciado de morte,
desesperanças, costumeiro.
Persigo algo que alcance
o cheiro do vaso de especiarias
das sete ervas pra afugentar maus espíritos.
Meu pequeno vaso lírico:
uma espada de São Jorge mirrada,
pimenta malagueta, rubra, ardida,
alecrim, manjericão perfumados,
guiné ousada, espichando tentáculos,
arruda morta,
encoberta por folhas largas,
esbranquiçadas,
ladras de luz.
Minha vida se reduz
a buscar o Sol todos os dias,
lutar contra a sina arruda:
sorrir e girar
feito um girassol feliz.
Frô 19:58 14/02/2000
7 de fevereiro de 2006
POEMA TECNO
Estou muito racional
Estou muito
Estou
E
Estou muito racional
Estou muito
Estou
E
Estou muito racional
Estou muito
Estou
E
Estou muito racional
Estou muito
Estou
E
Estou muito racional
Estou muito
Estou
E
Estou muito racional
Estou muito
Estou
E
(alguém sabe como se desliga isso??)
Estou muito
Estou
E
Estou muito racional
Estou muito
Estou
E
Estou muito racional
Estou muito
Estou
E
Estou muito racional
Estou muito
Estou
E
Estou muito racional
Estou muito
Estou
E
Estou muito racional
Estou muito
Estou
E
(alguém sabe como se desliga isso??)
Assinar:
Postagens (Atom)