4 de maio de 2006

poema da minha amiga FRÔ

Busco essência dentro de mim
e nas coisas aprendidas.
Minhas retinas afoitas desejam,
do pinheiro plantado no natal,
algo mais que folhas secas.
Procuro aquilo que vingue,
vitorioso,
esse tédio viciado de morte,
desesperanças, costumeiro.
Persigo algo que alcance
o cheiro do vaso de especiarias
das sete ervas pra afugentar maus espíritos.
Meu pequeno vaso lírico:
uma espada de São Jorge mirrada,
pimenta malagueta, rubra, ardida,
alecrim, manjericão perfumados,
guiné ousada, espichando tentáculos,
arruda morta,
encoberta por folhas largas,
esbranquiçadas,
ladras de luz.
Minha vida se reduz
a buscar o Sol todos os dias,
lutar contra a sina arruda:
sorrir e girar
feito um girassol feliz.

Frô 19:58 14/02/2000

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