1 de setembro de 2006

Rameira sim
Vermelha por dentro
E a sua volta
Nas pálpebras
Do verbo dilatado
rouco
Desesperado e breve

Rameira sim
E até demais
Nas costas da tua mão
Que foge ligeira
deixando pistas
Espalmadas no trilho
Branco do biquíni

Rameira sim
Da boca pra fora
De corpo adentro
Oferecida até
nos abismos
do acaso imoral
da imoralidade

Rameira sim
De cuspir os dentes
Nas meias verdades
Do sim e do não
E de voltar à carga
Nas montarias
Circunspectas
Da solidão

Rameira sim
Para por fim ao vício
De sustenir
O desejo
com os títeres
da razão

Rameira sim
De borrar
A lente do mundo
Com o baton
Dos teus versos
E avessos

Rameira assim
De ir até o fim
Ou até o mais imundo
De nossas fantasias
E de não me penetrar
Na vida sem
Com sentimento

Rameira em fim
De ser metade minha
Metade sua
Seja você quem for
Que me possua

Um comentário:

Ana Ramiro disse...

Beto, esta é completamente minha e amo-a de paixão! Te adoro, Aninha