11 de dezembro de 2010

O tempo rouge
Nas faces do desespero
Esperar a prima vera
Como se as verdades iniciais
Se ocultassem nas saias
E no cheiro da flor
Que ela traz escravizado

O tempo rouge
Moulin de lembranças
E versos travessos
Ocultar-se no escuro
Ainda que de aluguel
E dormir o sono justo
Do paraíso recuperado

O tempo rouge
Vermelho maquiado de sons
As batalhas se sucedendo
Aos fatos embaralhados
Não há gigabites suficientes
Para trágicas memórias
O tempo agora é pardo

O tempo ruge
Nas faces do poeta
Nem semelhantes nem
Estranhos caminham ao redor
Só febre e uma pandora doce
Entoando cânticos nefastos
Todo o amor é tardo

4 comentários:

Unknown disse...

Postada em homenagem ao aniversáriuo do Amigo Devair Fiorotti

Unknown disse...

nesses dias ensolarados,
procuro sombras,
parece que elas acolhem melhor minha solidão.
nesses dias, lembro distâncias e
amigos distantes,
lembro deles das sombras que colhi como companheiras.

urge o velho leão, devorador incansável, infadigável,
mas com o passar dos anos,
já é possível olhar pra ele
sem medo ou desespero.

às vezes, até com um fiapo de
sorriso irônico.
com um fiapo de vida irônica que somos.

obrigado amigo Mibi por tudo.

Elimacuxi disse...

cara...
você,quando homenageia... não tenho palavras, que coisa intensa e linda!
mas olhe:
o tempo nunca é pardo
para o poeta
que se investe de esteta
e com palavras
tinge o mundo
de carmim.

Beijo Miba, amo vc.

Sandálias do Outono disse...

Roberto, corrige lá: "Moulin".