17 de outubro de 2012

“O que seria do amor
Sem um pouco de sacanagem?”
O que seria da viagem
Pelo corpo alheio no alheio de si
Se não houvesse um ai
Ou as palavras banidas do feio
O que seria do sem freio
Sem sua miragem
Há que beber do oásis
E fazer do êxtase o pão
O que seria da mão
Sem a contramão do corpo
O que seria do mar
Sem este lugar para derramar
Marés e fúria
O que seria da voz
Se não houvesse um nós
Onde ecoar
O que seria do par
Se nada se soubesse da fricção
E finalmente qual seria a razão
De estar no universo
Se não pudesse te agarrar
Entre o doce e o perverso

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