16 de fevereiro de 2014

É nas madrugadas que me pertenço mais
É quando vejo a calma subindo e descendo
No peito da pessoa que dorme ao lado
E que teimo em desconhecer embora ame

É nas madrugadas que construo gemendo
meus castelos assombrados por velhos
Casais de príncipes felizes para sempre
E me permito fingir que terei a mesma sorte

É nas madrugadas que odeio sonhar com
outros possíveis amores mais divertidos
Menos responsáveis quase infantis de tão
Diferentes sempre afogados no próprio gozo

É nas madrugadas que sou mais consciente
De que desejo o irreconciliável a paz e a agonia
A tristeza e a alegria o prazer ilimitado orgiástico
De não ter lar medos máscaras ou segredos

É nas madrugadas que reinvento o que sinto
Que possuo a mim e aos meus loucos desejos
Que liberto o poeta dos grilhões da sanidade
E depois amanheço entre o comum e a vontade

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