16 de março de 2010

deixe estar teu sorriso
deixe
que é preciso
estar
alguns sorrisos a mais
alcoolizado
deixe a pupila
da tua língua dilatada
de falsa surpresa
diante da minha

agora vai ser assim
toda cena de amor
vai ser pretexto
pra eu sair do texto
e de mim

(sinto falta
de sal nos meus olhos
já não choro mais
apenas assusto fantasmas
com hurros profundos
e descrevo por dentro
primaveras que não vi)

assim a idade
Vai amortecendo os fatos
e a morte
a Penélope dos anos
me espera entretecida
em panos
encharcados
de perfumes baratos

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