20 de maio de 2010

Pour Eli (se – ela aceitar) e também, e porque não, à Su e Cida.


“É a vida quem me mata”
É a ata por escrever
De tantos enganos
São os planos de saúde
Glória e a história
Do seu amante
É um instante
instantâneo digital
Que recebi pelo correio
Eletrônico
(e que não abri
Com medo de vírus
E da vida)
É uma pétala caída
em desgraça de malquerer bem
É o ter que lidar com o anexo
Ao título mal escrito da mensagem
- veja ela com outro alguém -
É à margem do firewall
Um muro parado
Numa corrida contra o tempo
É um tapa de luvas de pelica
No suspeito do futebol
É um duelo ao pôr
E o estupor
De sair vencido.

4 comentários:

Elimacuxi disse...

Se é pra mim, Su e Cida...
na ânsia de garantir uma historinha, refiz o poema assim:

É a vida quem me mata:
É a ata por escrever
tantos enganos
planos de saúde
glória e história
de amante.
É um instante
instantâneo digital
a medir o medo
do correio eletrônico
seria vírus
ou vida?
É uma pétala caída
em desgraça de malquerer bem
e a mensagem em anexo
(é o melhor sexo
em longa espera de alguém).
É a disputa rústica
tapa de pelica
no suspeito do futebol.
É um duelo ao pôr
e o estupor
de sair vencido.

É a vida quem me mata
Daí não suicido.

Unknown disse...

OK, esse tá muito mais real que o que eu tinha feito... O contexto é perfeitamente enquadrado. E só pode fazer algo assim quem vive, não quem suga de canudinho ou ventosa e depois arrota vantagens sobre as muralhas da china, olhando do espaço. Adorei. Vou postá-lo (com sua assinatura)logo após a outra versão que fiz. Posso? O comentário final não pertence ao poema, pertence?

Elimacuxi disse...

é verdade!!!!!
e o comentário final apenas complementa o inicial, "para compor uma historinha"...
de todo modo, isso tem seu valor:
que ânsia de escrever, não?
beijo

Unknown disse...

escrever é, antes de mais nada, um ato de autoexorcismo; depois pode-se dizer que seja um fato estético, especialmente quando se trata de cartas de suicídio...