27 de janeiro de 2014


Se tivesse de dizer o que sinto
Sem metáforas e subterfúgios
Diria que estou cansado
Não do cansaço físico e mental
Do trabalho das lutas da correria
Um cansaço insolúvel inseparável
De quem deseja estar entre os vivos
Mas não deseja seguir existindo
Um cansaço euforia
de quem vê na alegria
Um motivo pra se entristecer
Uma forma anômala de expectativa
Uma espera de não saber o quê
Como se tudo pudesse acabar
De uma hora pra outra
Ou continuar existindo indiferente
Mesmo depois de eu ter partido
Uma incapacidade de me fazer entender
Como num grito de pesadelo
Um desejo de ser adivinhado
E de ter alguém igual
pra não precisar dizer palavra
Mas reconheço que nada disso
Diz respeito a ninguém mais além de mim
Por isso sigo vivendo
Entre o triste e o apaixonado
Até quando?

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