27 de abril de 2014

Inominável ronrona serena
Como quem não quer nada
Insinua os bigodes gatunos
E a cabeça coça por dentro

As idéias paradinhas quietas
Organizadas num canto
Proibidas de fazer algazarra
Enquanto algo cicia espanto

Nada de pomposo e grande
Um fiozinho teimoso meio
Pavio meio teia tecida com
O não saber o que fazer de si

Uma quase tontura leve e sem graça
De ser você mesmo e ter que caber
Todo dentro de seu ser anterior
Quando se é infimamente maior

Um estranho apalpando seio
Tentando ver concretamente
O proibido banalizado doente
Necessidade de respostas

Para o não ser
Só esta agonia
A tristeza de crer
E duvidar

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