27 de abril de 2014

Pernas pra que te quero
Clero das danças e andanças
Pelo país dos desejos
Penas dos beijos que caminham pelo corpo
Sopro de sim que vem com o não
Razão inversa à questão de ser
Ou não ser quando se quer
Colher com a qual se devora
O agora do teu sorriso
gozo das palavras
Escravas que são da nossa paixão
Sensação de mescla e gosto
Posto e aposto no modo de dizer
Querer de andanças infinitas
Aflitas vontades na pista
Passista da minha pele
Ser que me revele em si desconexo
Reflexo de querer andar à tonta
Escolta dos meus muitos eus
Perdidos nos teus devaneios
Seios intumescidos de luares
Lugares em tua tarde onde me escondo
Macondo na solidão do teu caminho
Tantinho de dor que dá prazer
Entender com quantas promessas se faz um ninho
Vinho das bodas de sangue
Gangue de unhas nas costas
Piratas saqueando gemidos
Ouvidos invadidos de blasfêmia
Fêmea do chicote a voz brinca
Finca os dentes derrotando pudícias
Milícias dos dedos patrulhando desvãos
Sãos os pelos se erguem e gritam
Imitam o querer das pernas se desvanescendo
Remendo de núvens para cobrir o sol
Que explodindo se põe

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