2 de fevereiro de 2012

Não tenho onde ir

Sem me levar junto

As coisas parecem não querer

Minha pele já ressequida

Meus seios já murchos

de alimentar lembranças

mas preciso seguir

o caminho das esquinas

preciso sentir sua aguda

mudança de rumo


Sigo sonhando o sumo

da memória

e como se a história

pudesse ser contada ao contrário

termino no ovário

que primeiro me expulsou

encerrando o ciclo onírico de fatos

desencontrados e obscuros

que me carregam através dos dias


Agora o tempo pode parar

para que eu comece a viver

como sempre achei que seria

Não tenho onde ficar

sem me quedar

junto

Um comentário:

Elimacuxi disse...

sei onde vou,
e vou comigo
minha pele é casca
rompe fácil
mas é o abrigo
com que conto
para o encontro
e o desencontro
em cada esquina.