2 de abril de 2013

Sem estrondo nem dilúvio
acabou o sal e a ferida
nem vazio nem saída
apenas um ronco surdo
numa máquina desgastada
velha num porão barulhento
e empoeirado do corpo lasso

a hidráulica deficiente
não proveu de lágrimas
o chafariz da praça de eventos
apenas os olhos fechavam-se
de vez em quando estupefatos

tudo tem fim dizia uma voz
de aeroporto cancelando viagens
e um tumulto de imagens
do ainda porvir rolava no pó
daquelas já vistas centenas de vezes
com a certeza do infinito e além

uma tontura de saber-se solto e rude
arranhava a garganta por dentro
como um lamento de chorinho
de um compositor desmotivado

Não havia mais nenhuma sorte
nem dois lados na moeda
apenas a queda
infinita
e in
di
fe
rente
ao desespero
de saber-se acordado

e sem rumo

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