Este é um blog de poesia. Mas, como o título indica, não de poesia comportada e/ou confessional que existe pelaí... Nada temos contra esse tipo de poesia, mas queremos provocar o "Pô!?" nos que nos lêem. Aquele ângulo irreverente... aquela resposta desconcertante... é isso, uma poesia que, sem surpresas, tenta ainda surpreender... Se conseguirmos, tudo bem. Se não, ao menos tentamos (e nos divertimos). Se gostou, una-se a nós. Siga o blog, comente e divulgue. Arte ao fundo de Francisco Mibielli
16 de janeiro de 2017
Tenho medos arrancados à semente
Que guardo comigo como fetos de laboratório
Tenho preces cujo sentido nunca compreendi
E santos cuja vida exemplar me excede
Ululo na noite em busca do gozo perdido
À procura de quem aceite partilhar minhas mãos
Jogando o xadrez das estrelas com o sólido da solidão
Insólito em minhas rezas sou raso nas crenças
Mas quero esquecer o cinismo e amar ao luar
Sim coleciono estampas de sabonete
E velhos poemas sentimentais de quando
Já nem sei por onde ando
Contudo tenho o semblante calmo dos campeões
E dos que saúdam a incomunicabilidade das gentes
Forjo heróis que não se sustentam
E me obrigo a lutar com eles
contra minha própria tirania
Inda agora vi surgir o tal novo dia
Não trazia novidades
Apenas os mesmos lindos doces prazeres e dores
E a sensação de que viver e lutar
é importante e necessário
Mas não sabemos bem o porquê
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